O Rio de São Francisco. Fator precípuo da existência do Brasil

statu quo. Ambos os grupos que combatem registram na sua história clamorosas rapinas, que nos impedem a ilusão de acreditar nos sentimentos humanos que eles exprimem no afã de angariar aliados na hora da peleja. A velha China, supercivilizada, paga bem caro a sua ilusão, quando recusou adaptar-se à civilização guerreira do Ocidente. Parte do seu território continua até hoje ocupado pela Inglaterra, como expiação do crime de haver lançado ao mar cinco mil caixas de ópio, provindas das plantações inglesas da Índia, para intoxicar os filhos do Celeste Império. No museu do castelo de Fontainebleau, à direita de quem entra, encontram-se as salas dos tesouros saqueados, nos pagodes e palácios de Pequim, pela expedição comandada pelo conde de Palikao. A Algéria, a Tunísia, o Egito e o Transwal são episódios dolorosos que não deverão abandonar a nossa retina. Contávamos até então com as endemias tropicais e com a inacessibilidade do nosso hinterland para nossa defesa, mas a rápida conquista do império abissínio, com dois mil anos de existência autônoma, apesar dos desertos, montanhas e florestas equatoriais que o protegem, faz desaparecer tais ilusões. A fome das terras é o verdadeiro pomo de discórdia que lança os homens uns contra os outros. Apegado ao seu torrão e à sub-raça de onde provém, ameaçada de absorção pelo êxodo constante para o litoral, onde outros caldeamentos a esperam para alterar-lhe a constituição, este livro é um despretensioso grito de alarma aos verdadeiros amigos do Brasil constituídos pelo ramo com raízes lusitanas, que se desenvolvem nos trópicos desde 1500. O autor pede ao leitor benévolo escusas para as imperfeições. Caso, porém, ele sinta vibrar, no seu íntimo, apego ao solo natal e aos irmãos de raça com quem convive, que se torne também em um pregoeiro do aproveitamento do São Francisco,

O Rio de São Francisco. Fator precípuo da existência do Brasil - Página 7 - Thumb Visualização
Formato
Texto