mapa. É um documento preciosíssimo, porque, nos dias do próprio descobrimento e na própria terra encontrada, se refere à sua existência cartográfica antes da sua tomada de posse oficial pelos navegadores portugueses.
Diante dele, a opinião de Vignaud é que a terra fora vista e situada anteriormente ao descobrimento. Pelo menos, os lusos já tinham fixado sua atenção na terra que a cartografia indicava.
Desta ou daquela maneira, em face dum documento de tal ordem e de fatos de tal natureza, não mais possível permanecer dentro dos estreitos limites da tese primária de que o Brasil foi achado por acaso, como durante longos anos se ensinou até nas escolas públicas. Seria continuar a injuriar a memória dos maiores navegantes do mundo.
Aliás, a hipótese do achado do Brasil por acaso foi posta em voga pelo sábio Raynal no fim do século XVIII. Muitos levianamente lhe deram curso até que, melhor informados, autores mais modernos começaram a desfazê-la. Para Zeferino Cándido, houve na navegação de Pedro Alvares Cabral o deliberado propósito de tocar na terra brasileira. Para Baldaque da Silva, o afastamento voluntário da armada para oeste colimava o encontro das terras austrais da América. Para João Ribeiro, Portugal cometeu aos seus marinheiros a empresa de revelar o Extremo Ocidente. E não é possível fugir a essa evidência