O Brasil na lenda e na cartografia antiga

surgira numa latitude subequinocial de 17°, que mestre João comunica ao rei as suas observações sobre as estrelas austrais: "solamente mando a vossa alteza como estan situadas las estrellas del (Sul) pero en que grado esta cada una non le he podido saber, antes me paresçe ser impossible en la mar tomarse altura de ninguna estrella porque yo trabaje mucho en eso e por poco que el nauio enbalançe se yerran quatro o cinco grados, de guisa que se non puede fazer synon en terra".

A carta do astrônomo da armada de Cabral transmite-nos a imagem gráfica do grupo estelar com a designação de Cruz, desenhado na sua posição sideral, testemunhando a origem portuguesa do nome dado à constelação que fulgura no céu brasileiro e que, naquelas noites de lua nova em que mestre João escrevia na câmara da caravela, no porto seguro de Vera Cruz, mais acesa fulgia no firmamento pela ausência da diáfana claridade lunar.

Nas suas poucas linhas sem estilo incluem-se na carta do bacharel mestre João as provas dos já rigorosos métodos científicos aplicados pelos Portugueses à navegação, o uso do Regimento, o apuramento da latitude do lugar com insignificante desvio da realidade matemática, e o atestado que estabelece de modo irrecusável a origem portuguesa do nome com que até hoje se designa a constelação austral do Cruzeiro.

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