saber que haviam dado ao novo, vasto e rico continente seu nome humilde de piloto das veleiras caravelas de altas proas esculpidas, cujas velas brancas a cruz da Ordem de Cristo manchava de sangue...
O que não padece a menor dúvida é que foi do Ginásio de Saint Dié que saiu impresso pela primeira vez o nome da América, dali se espalhando e se tornando conhecido. A obra de Ptolomeu, com o famoso prefácio Cosmographiae introductio, saiu dos prelos do Ginásio a 25 de abril de 1507. Alexandre de Humboldt, referindo-se ao fato, afirma que, com efeito, foi essa a primeira vez que se imprimiu o nome América para designar o continente colombiano.
A culpa do batismo absolutamente não é de Vespúcio, sim dos sábios e protos de Saint Dié, que, ignorando o verdadeiro descobridor da nova parte do mundo, tomaram como sendo ele o simples piloto que contava em carta ao seu duque, decerto com entusiasmos e exageros, seus feitos pessoais e as aventuras em que se achou metido, calando outros nomes num narcisismo até certo ponto desculpável.
Os descobrimentos de Colombo eram ainda pouco conhecidos fora da Espanha. Toda a atenção dos países do Ocidente estava voltada para as navegações portuguesas, que haviam desviado, com o achado do novo caminho das Índias, o eixo do comércio europeu de Veneza para Lisboa, do Mediterrâneo para o Atlântico. A Índia continuava a ser o sonho da Europa.