Tanto que a própria América seria considerada Índias Ocidentais...
O nome América generalizou-se com incrível rapidez. Aceitou-o sem a menor dificuldade a opinião pública na França, na Inglaterra, na Alemanha, na Itália, nas Flandres, na Dinamarca e, afinal, na própria Espanha, de onde partira o descobridor. Primeiramente, por efeito ainda das narrações em carta de Vespúcio, aplicaram-no somente à América do Sul, ao grande continente que "fechava toda a comunicação com as Índias". Sempre as Índias. Confundiram muitos, América e Brasil. Depois, estenderam o nome ao continente todo, logo que se verificou que a parte setentrional se ligava por um istmo à meridional.
Em um opúsculo interessante sobre o assunto, Weick notou que a América tem um dia de nascimento e um dia de batismo. É quiçá o único continente que disso se pode gabar. O dia do nascimento é o 12 de outubro de 1492, em que, ao brilho do sol na couraça dos bombardeiros e nas alabardas dos soldados, plantada pela mão forte de Colombo num socalco de barro duro, a bandeira esquartelada de Fernando e Isabel desdobrou ao vento matutino duma nova terra as suas cores heráldicas: o vermelho atupido de torres e o amarelo inçado de leões. Em torno, marujos fatigados e homens de armas emagrecidos se ajoelhavam, enquanto a indiada brônzea pasmava