leis, governados por soberanos descendentes de Atlas, filho de Clito e de Poseidon ou Netuno, fizera seu caminho pelo tempo além. Esses povos haviam conquistado as margens do Tirreno e colonizado o Egito, mas recuaram batidos pelos primitivos atenienses.
Entrando num período de decadência e de corrupção, os deuses os castigaram com uma catástrofe sem par, que os destruiu com a água e o fogo. O Mar de Sargaços, na opinião de Platão, marcava o lugar onde se afundara para sempre a gloriosa Atlântida.
Segundo Teopompo de Chios pôs à boca de Sileno, na narrativa de Eliano, no fundo do oceano, ao poente, ficava a Merópida, região feracíssima, banhada pelos rios da Alegria e da Tristeza, cujas águas envelheciam ou remoçavam os que as bebiam. Além da Merópida, era o Anostos, o Abismo, o "Ermo que só Deus conhecia", na expressão do Anônimo de Ravena, contemporâneo de Santo Isidoro de Sevilha no século VII.
Toda a antiguidade clássica acreditara na existência desse continente ocidental. Os fenícios chegaram mesmo a procurá-lo. Segundo o De Mirabilibus Auscultationibus, atribuído a Aristóteles, e o Périplo de Scylax de Karyanda, os cartagineses de Gadés (Cádiz), buscando essa terra para o oeste, encontraram o Mar de Sargaços, onde as vegetações marinhas e os detritos empeciam a marcha das galeras. Tiveram medo do Abismo e voltaram.