O Brasil na lenda e na cartografia antiga

Estrabo, Deodoro Siculo e Macrobio referem que esses mesmos gaditanos acharam no meio do oceano, para a parte do poente, uma ilha grande, rica, fértil, de clima delicioso. É a famosa viagem de Himilcon, contada em Rufus Festus Avienus. Atravessando o Mar de Sargaços, esse navegador púnico foi parar nas ilhas que denominou Oestrumidas ou Estrimnias, sobre cuja existência seus compatriotas guardaram o maior segredo.

Plutarco fala duma terra ocidental regida pelo próprio Kronos, pai dos deuses. Era a Ogigia felicíssima, que demorava ao poente. Após ela, havia a terra firme. Luciano de Samosata assegurava que se podia ir de Cádiz às Índias sem parar, com a condição de não vagar pelas ilhas intermediárias. E Sêneca como que entrevira a própria América no fundo desse mistério que preocupara tantos autores da antiguidade.

Não se pode ter a menor dúvida lendo no ato II da Medéa:

"(...)Venient annis

Saecula seris quibus Oceanus

Vincula rerum laxet, et ingens

Pateat tellus, typhisque novos

Delegat orbes, nec sit terius

Ultima Thule
(...)"

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