Novas cartas jesuíticas (de Nóbrega a Vieira)

grandíssimo o reboliço. E o capitão-mor(142) Nota do Autor sem pôr tempo em meio, logo mandou publicar os bandos, junto com o perdão geral de S. Majestade. E veio a casa de Henrique Pestana, onde estávamos presos, para logo nos meter de posse no Colégio ainda que se julgou por melhor diferir alguns dias, estando o nosso Colégio, e igreja uma lástima. O domingo depois de S. João Bautista, aos 25 de junho, oito dias depois da publicação, tomamos posse do Colégio com nobre acompanhamento da maior parte dos nossos inimigos, faltando quase todos os amigos espalhados, recolhidos e fugidos pelas roças e pelos matos: todos os Prelados das Religiões, tirando os do Carmo, que se saíram da junta com escândalo ainda dos seculares, tendo-os obrigado o padre Superior e eu, com algumas finezas; porém não ficamos de morada no Colégio senão depois de dous dias. Houve muita artilharia, repiques etc. O que deteve pasmado este povo, para não fazer maiores demonstrações, foi darem-nos posse por força e ordem do Maranhão, tendo eles tanta ocasião de o ter feito tantas vezes, e deixarem-nos na obrigação, em que agora lhe não ficamos. No que remato é que tudo devemos a Deus, e a Rui Vaz. O que agora mais sinto é o nescio loqui. Não esperamos cartas senão as pessoas. E queira Deus dar-lhe a V.Rev.ª uma boa esquadra.

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