Problemas de política objetiva

ora, no voto censitário; ora, no sufrágio universal; ora, no voto secreto; ora, na representação das minorias; ora, na organização dos partidos políticos.

Torres mostra a inconsistência e a fragilidade de todas essas aspirações, de origem exógena. O grande problema nacional, o maior deles, o problema dos problemas, é o da organização e da nacionalização da nossa riqueza, de cuja solução dependerá sermos amanhã um suseranato europeu ou uma nação de varões livres. Realmente, para Torres, a nossa terra, com as incomparáveis riquezas do seu solo e do seu subsolo, está sendo estupidamente saqueada ou destruída no que ela tem de melhor e essencial.

Logo no segundo século da nossa história, pusemo-nos a carrear para os entrepostos europeus o melhor do nosso ouro e das nossas gemas preciosas. Do âmago das "catas", dos recessos dos "garimpos", os nossos bandeirantes intrépidos arrebataram, esgotando-os para sempre e sem remédio, esses maravilhosos tesouros, com que a Espanha e Portugal atulharam as suas arcas e enriqueceram os seus impérios.

Por outro lado, contra as nossas florestas se vêm arremessando, desde os primeiros séculos, esses terríveis e implacáveis "fazedores de deserto" na expressão de Euclides da Cunha. Daí, consequentemente, as perturbações do nosso regime climático:

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