Mas se muitos daqueles "negociantes franceses", na designação irônica dos habitantes do Rio de Janeiro, caíram vítimas de sua ignorância ou má sorte, a perseverança e discernimento de outros, bem como a experiência adquirida em viagens que se repetiam, foram criando condições propícias ao estabelecimento, sobretudo na capital do Império, de importantes casas de comércio, com a infiltração cada vez maior de novos produtos. E, com isto, acentuando a revolução de costumes iniciada com a introdução das mercadorias inglesas, apurava-se o bom gosto, sublimava-se o paladar e exaltava-se o pendor do brasileiro para o luxo e a ostentação. Eram as sedas e os artigos de bijuteria, eram os móveis finos e cristais, eram os vinhos e comestíveis. (7)Nota do Autor Louis de Freycinet, comandante das corvetas "Uranie" e "Physicienne", que aportaram ao Rio de Janeiro em dezembro de 1817, em sua volta ao mundo, oferece-nos bom depoimento sobre as alterações que se iam infiltrando no modo de viver do carioca de então: "Le goût des glaces, depuis qu'on en apporte de France, semble s'introduire chez les gens aisés; il en est de même des meubles élegans, tels que consoles, pianos, tables à jeu, &c.; on remarque même, dans les maisons opulentes, des lustres et des candelabres. En général toutes les classes d'habitans ont le goût du luxe, goût qui ne peut qu'augmenter par la vue des objets fabriqués en France, qui leur plaisent beaucoup". (8)Nota do Autor
Dos vários livros publicados até 1828 sobre o Brasil, após a abertura de seus portos ao comércio direto estrangeiro pela Carta Régia de 28 de janeiro de 1808, destacam-se os dos viajantes ingleses, como John Mawe, (9)Nota do Autor Henry Koster, nascido, aliás, em Portugal, (10)Nota do Autor James Henderson, (11)Nota do Autor Gilbert F.Mathison, (12)Nota do Autor Maria Graham, (13)Nota do Autor Alexander Caldcleugh, (14)Nota do Autor John Lucock, (15)Nota do Autor.