na vida dos povos e na evolução das culturas. É notório que foi Adolf Bastian o fundador deste museu e um dos fundadores desta sociedade, quem também formulou a teoria das ideias elementares com seu corolário nas ideias de povos (Völkergedanken). Mas creio não cair em erro quando admito que foram menos os ricos tesouros em instrumentos, armas, ornamentos, formas de vestuário e de habitação, acumulados por ele em seu Museu, do que as criações espirituais dos mitos, dos costumes e da religião, que preocuparam seu espírito infatigável, o que lhe forneceu o verdadeiro estímulo e o material para a construção de sua teoria. Por outro lado a tese histórico-cultural e a teoria dos círculos de cultura parecem ter provindo de uma escola que surge em situação de rivalidade com a de Berlim e sobretudo com Bastian: a escola de Leipzig. Não lhe seja negado esse mérito pelo fato de uma das tendências mais poderosas e mais bem sucedidas, que atualmente se opõem a tal movimento, provir de Leipzig. A tese histórico-cultural já se insinuara com Peschek, surgiu depois, conscientemente, com Ratzel para ser desenvolvida por Frobenius através da ideia dos círculos de cultura. Mas durante longo tempo o movimento não logrou exercer uma influência mais profunda e intensa sobre a evolução geral da Etnologia em face do predomínio esmagador da teoria das ideias elementares, ligada a um evolucionismo irrestrito. Isso só foi possível quando ele se radicou em solo berlinense e foi cultivado com todo esmero por dois investigadores, que o desenvolveram