ou dos Lazaristas, aí a grota bivaqueava no arraial: os parentes acolhiam e ganhavam abóboras, batatas tomba-carro [sic], amendoim, frangos e mangaritos; os comerciantes emprestavam os ranchos - caravançarás enormes, onde havia muito lugar, mesmo não estando para fora a tropa; e os becos viravam acampamento, cheios de tendas cobertas com os couros de boi que, na jornada, cobriam as cargas. Era preciso que, todo dia, após os exercícios espirituais da manhã - iniciados sempre de madrugada, o padre-mestre chuchando com enorme bambu os que ousavam algum cochilo - fosse alguém à roça, ver a criação; porque, nas Missões ou na visita do bispo, não ficava ninguém.
Vendo assim, misturadas, a população urbana e a rural, pensávamos, já naquela pouca idade: é tudo roça; os brejaúbas são imensa maioria e dão o tom, diluindo-se entre eles a gente do comércio, com modos melhores, sapatos mais de acordo com o pé, terno mais recente, chapéu mais bem rachado ao meio.
Nenhuma rivalidade, por nossa parte. Se morávamos habitualmente no comércio, mourejávamos sempre na grota, indo segunda-feira bem cedinho e voltando sábado à tarde. A profissão da mãe, professora, chumbava-nos ao arraial; as habilitações do pai, agricultor, imantavam-nos ao campo. E nasceu aí o hábito de estudar no agro a vida nacional, embora pouca a idade - éramos menino.
Agricultávamos ora aqui, ora ali, no São Bento, velha propriedade familial, multidividida pelas sucessões causa mortis. Notávamos os diferentes graus de prosperidade dos primos - uns, rotineiros e caturras; outros, mais dinâmicos, largando o engenho de pau pelo de ferro, a rapadura pela cachaça. Em vão procurávamos compreender a incoerência do Juca: bom a conta inteira; religioso, católico a mais não poder; transformando