pelo conúbio de seus agentes com os malfeitores; não podendo andar nas melhores cidades em dia de aguaceiro, por falta de rede de águas pluviais; impossibilitado de rodar cem quilômetros sobre estradas, para cuja recente construção e permanente conservação se paga taxa elevada; nada lhe restando esperar dos órgãos assistenciais, custeados mediante contribuições que se transformam em supertributação; etc. etc.. Nem nos referimos a governos, como temos tido e muito bem conhecemos, dominados pelo hedonismo e subjugados pela mais odiosa e cara ditadura burocrática. Haveremos, antes, de inverter o cantar de El Cid, o qual é: "Diós, que buen vassalo, si ouiesse buen señor!"
O poder público é muito oneroso, e onerosos ficariam os serviços, cuja nacionalização sugerimos. No setor federal, bastaria o exame dos orçamentos anuais a deduzir-se aquilo. Para o ano de 1950, por exemplo, o Executivo mandou ao Congresso proposta orçamentária, que um deputado, antigo Ministro da Fazenda, declarou inexequível, enquanto o relator - depois Ministro da mesma pasta - escalpelou escandalosamente, mostrando exemplos assim: mais cinco milhões, trezentos e setenta e cinco mil cruzeiros para novos carros de chapa branca; mais trezentos e trinta e seis milhões, novecentos e um mil cruzeiros para gasolina a eles destinada - não obstante o exercício anterior se haja encerrado com tremendo déficit. As Forças Armadas absorvem mais de 50% do orçamento da receita, podendo-se falar em 60%, se levarmos em conta despesas de natureza militar destacadas do orçamento das três pastas e esmiuçarmos, na verba do serviço de dívidas, as correspondentes a compras para elas. Nos Estados Unidos, sobre 43 bilhões de dólares da despesa orçamentária geral, as militares não passam de 13 bilhões, tendo havido ultimamente o corte de um bilhão e a demissão de 140 mil funcionários civis,