Ministérios militares: contra a miséria a que se reduz, em que se mantém, de ano a ano, o Ministério da Agricultura, tendo-se como consequência a acentuada e progressiva queda da produção; contra o fato de estarem os navios do tráfico internacional passando ao largo de nossos portos, abandonados, insuficientes e inaptos ao comércio; contra o de estarmos cada vez mais miseráveis, ao mesmo tempo em que se forma aqui dentro urna casta, se estrutura o militarismo, cujos malefícios são conhecidos de todo tempo.
Nossos governos, aliás, erram de novo, no setor da burocracia civil. Em 1950, a verba "pessoal" da União é de oito bilhões e trezentos milhões de cruzeiros. Enquanto os Estados Unidos gastam com vencimentos 28%, a Inglaterra 22%, o Canadá 19%, nosso país despende 40%. Não sobra dinheiro para trabalhar: os funcionários não viajam, não assistem, não fiscalizam, porque não há verba. A cousa repete-se no setor estadual, onde, também, os empregados públicos se reduzem ao papelório e ao far niente, pelo mesmo motivo. O Piauí consome com o pessoal 72,59% das verbas, ficando menos da metade, menos de 30% para todos os encargos. Mais de 70% despende o Rio Grande do Norte com a mesma verba. Mais de 60% São Paulo, Pará, Ceará, Paraíba, Sergipe, Maranhão e Mato Grosso. Distrito Federal, Espírito Santo e Alagoas, entre 55% e 60%. Rio de Janeiro, Santa Catarina e Amazonas, mais de 50%. Bahia, 47,53%. Rio Grande do Sul, 46,30%. Goiás, 45,45%. Pernambuco, 45,05%; Minas Gerais 40,66%.
Isso quanto a vencimentos. Porque vêm ainda os abonos. Todo fim de ano se repete a cousa: leis apressadas consignam-os ao funcionalismo, o que não chega a ser honesto. Com que se paga o funcionalismo? Com impostos, provindos da coletividade, inclusive, dos milhões