Outro Brasil

altos cargos pode ser definido por este fato recente: o diretor da Estrada de Ferro Central do Brasil declarou que viajar nessa via férrea é um perigo...

Nacionalização com bons governos. Então, conversemos com o povo, não de todo inocente quanto a seus males, inclusive aos que mais o trucidam. Tudo esperado governo, é esperar inutilmente, máxime quando não se sabe constituí-los decentes, como não sabemos. Dois únicos exemplos - um em seguida à primeira guerra mundial, e outro logo depois da última. Após os grandes conflitos, que dizimam produções e agentes produtores, o mundo empolga-se por questões sumamente graves, sendo hora de guindar ao poder estadistas excecionalmente dotados. Aqui, entretanto, como agimos, nas duas oportunidades? Na primeira elegemos para a presidência da República um agonizante, em nome de grandes merecimentos pretéritos; ainda por cima, demos-lhe para companheiro de chapa um insano. O agonizante morreu, como lhe cumpria; e o insano assumiu o poder. Na mais recente oportunidade, quem elegemos? Analisando a frio, dentro do critério científico, da boa política administrativa, ninguém descobre um só traço carismático de estadista no homem então elevado à suprema curul. Para completar o quadro, parlamentos deploráveis, constituídos de homens que, podendo legislar em causa própria, se criaram situações hedônicas, com subsídio elevadíssimo em relação ao de qualquer outro parlamento e, sobretudo, à pobreza do povo escorchado de mais impostos para formá-lo; com o direito de prorrogar sessões legislativas ordinárias e convocar extraordinárias (sem falar nas ordinaríssimas) - direito, de que têm sabido abusar.

Nenhum povo é inocente quanto aos continuados desatinos, nem à permanente desídia de seus governos. Há explicação para esse fato de o mesmo povo, que elege executivos e legislativos, ter por eles menosprezo e desestima:

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