individualmente e as entidades a que pertençamos. Hoje, temos de ser políticos ativos, cidadãos operantes. Quando o poder público se sente desobrigado de cumprir as leis, a nós nos cabe criar ambiente que a tal o constranja. As associações de classe, inclusive e principalmente das conservadoras, não podem continuar no comodismo incívico de dizer amem a todos quantos sobem. Se, como às vezes se afirma, isso é ditado pelo instinto de conservação, tais associações não têm direito de existir, nem qualquer utilidade, pois entre as classes, que representam, e os poderosos, preferem estar com os últimos, traindo o interesse daquelas. Vozes de falsete, porque em vez de procurar na própria classe os recursos financeiros necessários à independência econômica mediante reforçado quadro social, preferem vegetar na burocracia administrativa e estar na dependência de ajudas oficiais para sobreviver. Hão de atuar, todavia, como assessorias técnicas dos legislativos, preparando e encaminhando-lhes anteprojetos que consultem à necessidade do meio, fornecendo-lhes dados e argumentos para a sua vitória. Hão de mandar aos legislativos todo o material indispensável à derrota de projetos infelizes. Hão de verberar as autoridades desidiosas no cumprimento da lei, apontar à opinião pública as infidelidades e traições ao interesse popular e, em véspera de pleitos, indigitar corajosamente, desapaixonadamente, honestamente, imparcialmente, os candidatos que já tiveram ensejo de demonstrar-se inaptos, desidiosos, desonestos, traidores.
Se, como incontestável, a tolerância dos bons estimula os maus, o povo brasileiro não pode inocentar-se ante o desgoverno do país, porquanto não só tolera mandatários infiéis e se sente honrado com suas deferências pessoais, como ainda marca de idiossincrasia os que verberam, os que escolhem para si mesmos o papel