UM APAIXONADO DO RECIFE ANTIGO(1)Nota do Autor
A atividade literária de Mário Sette começou regularmente - ele próprio o diz - em 1909, com a sua colaboração no Jornal Pequeno do Recife e no semanário Fon-Fon do Rio de Janeiro. Em 1914, Jáder de Andrade convidava-o para fazer parte do corpo efetivo dos redatores do Diário de Pernambuco. Em pouco tempo, por iniciativa de Monteiro Lobato, encontra-se Mário Sette escrevendo também na Revista do Brasil.
Em 1917, apareceu o seu primeiro livro, Ao Clarão dos Obuses. É um pastiche, gritaria a crítica. A obra de fato, era a apologia do heroismo gaulês, escrito com o espírito de Daudet, mas no estilo de René Bazin ou de Henry Bordeaux. As cenas do Coração de De Amicis ("Como vivi a vida dos meninos do Coração", confessava Mário Sette, respondendo a um inquérito), as memórias de leituras francesas e as reminiscências da sua viagem, ainda meninote, à França, - tudo isso, teria, naturalmente, influído na composição do livro de estreia. No íntimo, todavia, a obra era menos o grito de armas contra a decadência da civilização ocidental, supostamente ameaçada pelos boches, do que mesmo os seus primeiros fervores de idealismo. Idealismo do homem que acreditava no direito das gentes; idealismo do homem que tinha fé na bondade humana e na inviolabilidade dos santuários. Idealismo que haveria, em breve,