muito mais devastado teria sido o país, que, em oposição, teria aprendido muito menos e lucrado quase nada.
Mal começam as atividades colonizadoras, surgem na Europa os grandes progressos agrícolas — a semeadeira mecânica na Alemanha, a rotação agrária na Itália, os cultivos alternados na Lombardia. E a indústria do chocolate, da qual o Brasil vai ser o principal beneficiário, como maior fornecedor de matéria-prima. Na Inglaterra, Blackstood inventa a máquina de fazer musselinas com o algodão, nativo no Brasil, que passa a exportá-lo ainda no século do descobrimento — antes mesmo do chamado descobrimento. A "terra que arde", o carvão, extraído por Beaumont, atiça as indústrias europeias, intensificando as possibilidades de consumo para tudo quanto o novo país produzir e exportar.
O Brasil tem, aproximadamente, a mesma idade da ciência agrícola. A mesma idade da revolução comercial. A mesma idade do café.
O Brasil nasceu agrícola.