daquele mar bravio. Contudo, como não gosto de sofrer dores futuras, resolvi marchar para o cais, para o que desse e viesse.
Sem grande novidade, com a roupa um pouco salpicada pela água do mar, subi para o tombadilho do navio. A bordo faziam-se os preparativos para a partida. Minha atenção foi despertada por um fato interessante - da cozinha jogavam para o mar restos de galinhas e frangos e os tubarões, bem visíveis, virando de lado abriam a bocarra e assim tomavam seu aperitivo enquanto coisa melhor e maior não ia ao mar. Senti certo calafrio.
Tutoia. O navio - o velho "Brasil" - do Lloyd Brasileiro, parou a certa distância da costa, baixa e coberta de mata, constituída em grande parte pela árvore vulgarmente denominada "Mangue".(5) Nota do Autor
O mar estava calmo e o sol começava a tombar no horizonte. Aproximou-se o escaler das autoridades do porto. Depois de arrecadar a bagagem, tomamos uma lancha que nos conduziu a um naviozinho fluvial – “Gaiola” - na nomenclatura popular. Estávamos singrando as águas do rio Parnaíba - do majestoso rio que separa o Piauí do Maranhão, em demanda de Tutoia. Este porto, de há muito, constituía o pomo de discórdia entre aqueles estados limítrofes. O rio Parnaíba desemboca no oceano ramificado em vários canais - igarapés - todos mais ou menos do mesmo tamanho, de sorte que se tornava um pouco difícil distinguir qual fosse, de fato, o corpo principal do rio. Estudos feitos pelo notável engenheiro Dr. Gustavo Dodt, têm