Caatingas e chapadões

cara do mundo. "Em todo caso, diziam, já se não pode dizer que o Piauí não tem um palmo de estrada de ferro".

Na "Pedra de Sal" estava localizada grande parte das salinas. Era um lugar digno de ser visto.

O porto de Amarração era muito deficiente; não tinha instalações apropriadas para o fim que deveria preencher, nem o mar profundidade capaz de permitir a entrada de navios como o "Brasil". Só os pequenos navios do Lloyd, como o "Iris", podiam entrar. Na saída do "Igaraçu" vi muita armadilha, em forma de cercado de pau a pique, para apanhar peixe. Os pescadores chamavam-nas "Gamboas”.

Amarração, se não for amarrada, o mar, auxiliado pelas areias das dunas, terminará tragando-a. As águas iam avançando e destruindo ruas e casas, numa lenta, mas continua invasão. Pelo lado da terra as dunas de areia movediças cobriam já os arrabaldes da vila. A mais de cem metros, mar adentro, viam-se esteios de construção, como marcos da conquista das águas. Se não se tomarem providências enérgicas, à semelhança de Cartago, poder-se-á um dia colocar um letreiro - Aqui foi Amarração.

Quando da minha visita, trabalhava ali uma comissão encarregada de fixar as dunas. O serviço limitava-se ao plantio de gramíneas. Já era alguma coisa. O problema poderia ser resolvido de um modo mais prático, com duas facetas econômicas: Primeiro - florestar todo o terreno da praia extensa com o “Coco da Praia"; segundo - plantar gramíneas e outros vegetais próprios para fixar dunas. O cocal que se estendia pela praia próxima à vila era uma prova eloquente do que acabo de dizer. Onde estavam os coqueiros, o areão já era terra firme, que não só se prestava ao plantio de gramíneas forrageiras, como até de outras plantas.

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