– Igreja, iluminismo e escolas mineiras coloniais. (Notas sobre a cultura da decadência mineira setecentista).

em ajudar sua Capitania natal a safar-se de sua crise econômica.

Ilhada afinal, com as suas comunicações fechadas pela "aspereza dos caminhos" ou pelas cachoeiras dos rios, inçados de bugres antropófagos, restava à Capitania plantar somente aquilo que consumia, porque" - agora é a opinião de outro doutor mineiro interessado vivamente no problema, porque é o Secretário do Governo, Dr. Diogo P. R. de Vasconcelos - "os algodões, cafés e açúcares, fumos, solas, couros, queijos e toucinhos, conduzidos às costas de bestas para os portos marítimos por uma longa travessia de terra não são susceptíveis dos lucros, que na concorrência somente promete o bom mercado".(154) Nota do Autor E já denunciando o desfavor das mercadorias coloniais, em face dos artigos europeus: "Quanto mais que o produto dos gêneros mencionados, e dos gados vacuns, que se exportam, não equivalem aos preços das fazendas e mercadorias da Europa, que é mister importar".(155) Nota do Autor Além dos preços menores dos produtos da terra, há o desvalor de tudo, que o Desembargador José João Teixeira deplora, já em 1780, quando, referindo-se ao malbaratamento do patrimônio deixado por D. Frei Manuel da Cruz ao Seminário de Mariana "em dinheiros a juros", conta "que se tem perdido a maior parte, por cauza da pouca subsistencia dos bens do Paiz".(156) Nota do Autor O comércio mineiro vai-se, pois, minguando, e tanto, que irão ficando somente os vendeiros, os mascates, toda uma "imensidade de pequenos Negociantes, que girão pelos caminhos das Minas, que estão falindo a cada passo, que são huns enganadores, e que prejudicarão as Casas de Negocios estabelecidas no Rio de Janeiro e nas Minas",(157) Nota do Autor dando na pulverização da atividade mercantil em pobres "varejeiros", que nem merecem o nome de nega ciantes, "individuos sempre suspeitozos no Extravio dos Diamantes" - como deles desconfia o mesmo Desembargador Teixeira.(158) Nota do Autor Aliás, o Desembargador denuncia o costume inveterado de os negociantes mineiros furtarem-se ao pagamento dos direitos de entradas, passando sempre créditos em vez de entregarem dinheiro. Daí é que ele acha que se todos pagassem esses direitos, diminuiria o número deles, coisa que não acha nada ruim: "Para que se deve permittir, que tenhão o

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