VISÃO DE CONJUNTO DO INTERIOR DO BRASIL
Se tomássemos hoje o avião que vai de Teresina a Belém do Pará, sobrevoaríamos uma região do norte do país a qual não se modificou nestes sete anos. Essa rota aérea da "Condor" não existia em 1935, ano em que fiz a viagem de barco e a cavalo.
As vilas que se debruçam e os barcos que andam no rio Tocantins e afluentes são os mesmos. A flora, desde a cabeça-de-frade entre os fios d'água das contravertentes da bacia do São Francisco até a aninga que cerca as bocas do caudal amazônico, não mudou.
A ausência de estradas de ferro e rodagem, a navegação fluvial rudimentar, conservam inalterável a fisionomia daqueles milhares de quilômetros quadrados. As savanas continuam a ser mordidas por um gado raquítico e espalhado. As reduzidas plantações de cereais limitam-se às "enseadas", e os minúsculos fumais só crescem nas terras da vazante. Admite-se que o subsolo deve ser rico de minérios indispensáveis à indústria moderna, mas por enquanto é inexistente.
Ainda não foi permitido ao habitante do vale do Tocantins aproveitar a maior parte das riquezas