II
OS RIOS FORAM ADVERSOS AOS DESBRAVADORES DO SERTÃO
A colonização dum país dependeu sempre da água. No começo o mar; depois os rios.
A ideia do descobridor foi povoar a costa, para que, guarnecida de gente, se impedisse o desembarque de tropas doutros reis, que naquela época se interessavam na incorporação, de terras novas aos seus domínios. A produção de beira-mar também seria menos trabalhosa para encher as naus portuguesas do século XVI. A função da Metrópole foi sempre a de rapinagem.
A cata de riquezas, o espírito de aventura dos recém-chegados eram sofreados pelo Governo de Ultramar, que não permitia a penetração, a não ser por "entradas" fiscalizadas por seus funcionários. Os reis portugueses preferiram que não se abrissem clareiras, que não se rasgassem caminhos, que não se descobrissem novas minas, porque lhes seria difícil controlar o extravio de ouro ou cobrar os quintos. Até certo momento lhes foi possível manter o desbravamento por etapas; os indivíduos que a Metrópole enviava ao Brasil pertenciam a uma casta de gente humilde e dócil, que quando