Expansão geográfica do Brasil colonial

À fascinação da Índia longínqua é que se deve a forte expedição de Cabral, que, no derradeiro ano do século XV, aportando intencionalmente (como se infere das mais recentes pesquisas sobre esse episódio) às praias do continente revelado pelo audacioso genovês, bem andou em tomar solene posse da zona cis-atlântica, que o tratado de 1494 assegurara ao domínio de Portugal.

Preocupado com a miragem do oriente, d. Manuel I (o Venturoso) limitou-se a mandar reconhecer, em 1501, o relevo da costa da sua possessão ocidental, por uma armada de três navios, que percorreu 2.500 milhas, dando nomes a cabos, rios e baías, desde São Roque até Cananeia; depois, arrendou a terra por um triênio, e, nesse período, isto é, em 1503, aqui veio ter uma segunda frota de seis embarcações, de cuja exploração pouco se sabe; em 1506, foi feita nova locação por três anos, desta vez a Fernão de Noronha; mais tarde, ficou livre de ônus o território, onde quem quisesse podia fazer comércio, sujeito apenas ao quinto dos gêneros exportados, e a esse regime pertence a vinda da nau Bretôa, em 1511; dois anos depois, uma frota de dois navios, devassando cerca de setecentas léguas de terras novas, chegou provavelmente ao rio da Prata, nome esse que "ainda hoje proclama a primazia dos portugueses ao sul, como o das Amazonas perpetua a passagem dos espanhóis ao norte"(2) Nota do Autor.

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