de Portugal. Espero que nele se imortalise muito gloriosamente o governo de V. Mce. Assim o desejo com muito fervor"(1) Nota do Autor.
Lavradio apesar dos elogios e poderes que lhe eram conferidos, não ambicionava o governo; já em setembro de 68 havia escrito ao Conde d'Oeyras lembrando-lhe que fora nomeado para a capitania da Bahia em agosto de 67 e pedindo-lhe a sua proteção para "no tempo competente" o fazer voltar para a sua casa e poder cuidar em alguma acomodação "da minha tão numerosa familia"(2) Nota do Autor. Em 29 de junho escrevia a seu tio o Principal Almeida manifestando-lhe bem evidentemente a aflição em que ficava pela mudança que era obrigado a fazer para o Rio de Janeiro; previa os dissabores e os desgostos que o esperavam e sentia, possivelmente, que a nomeação era uma forma de o conservar afastado da Corte, tinha porém de se sujeitar porque "em se tomando uma resolução no Gabinete não ha mais remedio que sujeitar a ela"(3) Nota do Autor.
Acrescia ainda que, financeiramente, o lugar era ruinoso: "Tem este Governo para cima de cinco mil cruzados menos de rendimento do que o que deixei (a Bahia)", escrevia ele a seu Tio o Principal Almeida, "custam os gêneros justamente o dobro do que na Bahia, e são as ocasiões de despesa mais repetidas, porque tal é aqui o apanagio geral de todos os Governadores e Ministros que veem à América; é finalmente um governo tão util, que o Sr. Conde da Cunha mandou vir todos os anos a maior parte do rendimento de sua casa. Não tendo nunca um jantar publico, ficou devendo dezasseis mil cruzados, e o meu antecessor (Conde de Azambuja), que se não pode viver mais parcamente do que S. Exª.