Vice-Reinado de D. Luís D’Almeida Portugal, 2º Marquês do Lavradio 3º Vice-Rei do Brasil

vivia, foi obrigado, agora na sua retirada, a vender até o último garfo e guardanapo de que se servia, e um destes dias assinou uma escritura de dez mil cruzados para poder ter com que fizesse a sua torna viagem. Deixo à consideração de V. Exª. a precisão que tenho de que da minha casa se me assista com socorro que me livre destes embaraços; bem vejo o prejuizo que isto fará à minha casa, porem eu não pedi nenhum destes empregos; não fui quem lhe destinei os soldos ordenados, e o que apenas sei é que me acho neste logar e que não devo fazer nele acção nenhuma que me não seja decente; eu sobre esta matéria não falo uma só palavra ao Ministro".(1) Nota do Autor.

Entregue o Governo da Bahia, Lavradio embarcou na nau N. Senhora dos Prazeres, saía da Bahia a 14 de outubro e chegava ao Rio de Janeiro a 31, entregando-lhe o Conde de Azambuja o governo no dia 4 de novembro, "sem embargo da minha saude estar ainda naquele dia pouco em estado de poder encarregar-me de um emprego tão trabalhoso, tão importante e tão arriscado(2) Nota do Autor ".

Abria-se uma outra época para o Brasil; o novo Vice-Rei ia dar um grande impulso à formação desse novo estado, a ele ficaria a dever o Brasil uma grande parcela do seu progresso e civilização.

O Rio de Janeiro, sede dos Vice-Reis do Brasil desde 1763 estava bem longe de ser a bela cidade que hoje faz a admiração do mundo inteiro: situada numa baixa, toda cheia de pântanos, rodeada por inacessíveis montes, quase todos coroados por um forte ou por um convento, era bastante mesquinha; as suas ruas eram muito estreitas, as casas sem arquitetura, o plano da cidade por fazer, as igrejas frequentes, os conventos

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