Vice-Reinado de D. Luís D’Almeida Portugal, 2º Marquês do Lavradio 3º Vice-Rei do Brasil

a Fortaleza com o resto da Ilha. Estou cuidando com toda a força em lhe demolir as alturas, afim de que não fique padrasto nenhum que embarace aquela Fortaleza.

53 - A Fortaleza de São João tambem foi reedificada, porem esta não estava em tão mau estado e a sua situação dá mais vantagens para a sua defeza. Sempre tenho feito bastante obra nela. Não posso dizer que ela esteja em uma perfeita defeza, porem pode sustentar-se havendo cuidado, valor e vigilancia no Oficial que a defender.

54 - A Fortaleza da Praia Vermelha tem uma Fortificação muito debil, porem a bateria da parte do mar é muito sofrível. A cortina e os baluartes que olham para o porto de dentro da Barra em que de ordinario se desembarca para aquela Fortaleza, é a cousa mais ridicula que se tem nunca feito. A muralha de toda aquela cortina não parece que a do muro de uma quinta mandado fazer por quem tivesse pouco dinheiro. O alicerce tem três palmos e do alicerce para cima aonde tem maior grossura, tem dois palmos e meio de sorte que depois dele feito se não mandou terraplanar, porque se viu que o muro não tinha forças com que podesse sustentar a terra do terraplano que se lhe havia de fazer, e por consequencia ficou só este delgado muro sem logar para se lhe por nenhuma peça nem ao menos o tem para estar a Infantaria.

55 - Aos dois lados deste muro, ha dois pequenos ourados a que deram o nome de baluartes; os muros em que eles foram formados, eram mais fortes que os da cortina; porem ainda assim tão fora de proporção, que com o peso da terra que se lhe poz, logo principiaram a abater. Os terreplenos destes baluartes eram sumamente curtos de sorte que não havia logar competente para poder laborar a artilharia que competia ao numero das canhoneiras que se lhe tinham feito. Este ultimo inconveniente se remediou e tambem no mais ficarão

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