Vice-Reinado de D. Luís D’Almeida Portugal, 2º Marquês do Lavradio 3º Vice-Rei do Brasil

remediados os ditos baluartes, aquilo que a possibilidade de terreno permitiu.

56 - Tem esta Fortaleza a um lado uma grande altura e lá em cima tem um largo terreno que domina toda a Fortaleza e as diferentes praias e desembarques que ela tem pela Praia de fora.

57 - Nesta altura havia uma vigia para fazer o sinal dos navios, que apareciam fora da barra. Subia-se para aquele logar por uma pedra lisa e altissima, indo-se sustentando por um grosso cabo que corria por todo o comprimento da mesma pedra. Muitos soldados se precipitaram nesta jornada, uns quebraram as pernas, outros arrebentaram; porem alguns subiam, indo descalços e de gatinhas.

58 - Esta pedra era um dos grandes divertimentos daquela Fortaleza, porque todo o instante se estavam infinitas gentes exercitando no modo de subil-a e muitos havia que a subiam toda sem se pegar ao cabo, indo direitos, levando algumas cousas à cabeça e desciam por ela do mesmo modo. Quasi todos iam fazer destas experiencias, até o Tenente General a foi fazer; descalçou-se, deu ainda cinco passos por ela acima mas muito depressa voltou agarrado ao cabo, que por lhe acudirem promptamente não experimentou algum dano maior.

59 - Parece-me que não devia existir esta comunicação por aquele modo. Mandei-lhe fazer uma excelente e forte escada de madeira, a qual se podesse promptamente cortar, logo que a Fortaleza estivesse em ataque. Mandei estabelecer naquela altura uma bateria que fica comandando toda a Fortaleza e todas as Praias e está em um logar muito dificultoso e arriscado o acesso.

60 - Não tinha a Fortaleza Quarteis para a tropa: Não tinha armazens para sobrecelentes e só tinha um para polvora, que por muito unido não podia servir para aquele fim. Tudo remediei; acham-se muito bem

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