67 - É esta Fortificação tão extensa e com tantas obras exteriores destacadas e imperfeitas e a maior parte delas arruinadas, que todas as forças do Rio de Janeiro, não seriam bastantes para de repente fortifical-a muito menos para a defender com regularidade.

68 - Propuz-me reduzir mais aquela defeza; achei um baluarte principal que é o de Santo Antonio todo caido e em tal desmazelo que caindo uma das peças do mesmo baluarte na praia, ainda lá se achava, dizendo-se que cousa nenhuma daquelas se podia fazer de que resultaria alguma despeza, sem que fosse primeiro o Provedor da Fazenda, os Mestres da Fazenda Real, escrivão e diferentes outras pessoas a fazer uma vistoria; pôs-se em lanços aquele trabalho; porque do contrario toda a despeza apagaria todo o que a houvesse feito; e nestas contas e etiquetas semelhantes se gastava todo o tempo, tudo se acabava de arruinar e cousa nenhuma se fazia.

69 - Prescindi destas formalidades e mandei levantar a Muralha e concertei o Baluarte. Fiz destacar um Regimento para aquela Fortaleza e mandei-o trabalhar em todos os aterros que eram mais necessarios. Fiz parapeitos largos e fortes com fachina, aonde eles estavam mais fracos e principiei a construir uma cortina de pedra e cal para a parte do porto aonde aquela Fortaleza não tem nenhuma defeza e mais a necessita; esta tem custado mais trabalho e ainda se acha muito atrazada e como eu julgo a mais principal para se poder sustentar por mais tempo aquela Fortaleza, estou na ideia de a mandar continuar ao menos até à altura dela poder montar alguma artilharia. Nos mais logares da Ilha não me pareceu competente bulir, porque seria gastar por ora o tempo inutilmente, Deus queira que eu tenha o que me é necessario para que aquela cortina é os baluartes que lhe correspondem, possam ficar em estado de laborar com artilharia no caso de sermos atacados.