Vice-Reinado de D. Luís D’Almeida Portugal, 2º Marquês do Lavradio 3º Vice-Rei do Brasil

aquarteladas as tropas e os armazens de sobrecelentes são os mais sofriveis que permite o terreno.

61 - No logar da Bôa Viagem e no Sitio da Gravata havia em cada um deles uma bateria, isto é tinham feito uma muralha e em cima desta tinham posto algumas peças em terreno competente para eles se postarem, fizeram-lhe suas guaritas e um insignificante parapeito de sorte que quem de fora as via julgava que eram duas baterias que podiam ter serventia; porem o terreno de dentro era tão curto que quasi parecia se tinham metido ali aquelas peças à força. Não tinham nenhum terreno para o seu recuo e por consequencia o não havia nem para estar a tropa, nem para se ter uma pouca de palamenta, nem ao menos um armazem portatil para polvora.

62 - A da Bôa Viagem era preciso que subisse uma Montanha descoberta para ir buscar o seu socorro lá acima e ainda assim com as peças não podiam recuar, ficavam sendo inuteis.

63 - A do Gravatá, mais perto podia ter o seu socorro mas não tinha lembrado, o dar-se-lhe a providencia.

64 - Considerando eu tambem aquelas duas baterias importantes, mandei-lhe fazer a obra que precisava, esta se acha já concluida e elas em estado de manobrar.

65 - Na Fortaleza da Ilha das Cobras, tambem tenho feito bastante trabalho; porem ele ali pouco ou nada pode luzir. Aquela obra é a mais imperfeita e cheia de defeitos, que creio se fez nunca em genero de fortificação.

66 - Ela não pode ser defendida com menos de 2000 homens, e não tem acomodação para 300 e ainda esta é tão mal, que às primeiras bombas que lhe caem dentro, já não ha adonde ninguem se recolha.

Vice-Reinado de D. Luís D’Almeida Portugal, 2º Marquês do Lavradio 3º Vice-Rei do Brasil - Página 400 - Thumb Visualização
Formato
Texto
Marcadores da Obra