Vice-Reinado de D. Luís D’Almeida Portugal, 2º Marquês do Lavradio 3º Vice-Rei do Brasil

87 - Este é o trabalho que se acha feito porque o julguei ser o mais principal. Agora vou pelo mesmo modo remediar a Fortificação do Castelo desta Capital, posto sumamente vantajoso; a retirada mais segura para estes povos e a situação mais segura para dali se bater o inimigo se ele poder conseguir o entrar na Cidade. Aquela Fortaleza é importantissima e ela é a mais arruinada de todas.

88 - Nenhum Governador depois que ela foi feita tornou mais a olhar para ela, acha-se toda arruinada, os parapeitos caidos; os flancos abatidos, os baluartes abertos e até ultimamente achei cercada e coberta de mato e arvores tão grossas que se ocultavam dentro daqueles grandes bosques, que chegaram até à raiz da muralha, infinitos, negros e negras e quilombados, e muitas outras gentes que fugiam da Cidade.

89 - Mandei descortinar este Monte todo; puz à vista toda a sua Fortificação. O abandono em que ela estava tinha feito, que até os particulares fizessem casas na sua esplanada, e estendessem os seus quintaes até às muralhas das Fortalezas, fazendo-se tão senhores deste terreno que até passavam estas propriedades de uns aos outros, umas vendidas, outras por herança e reduzia-se a Fortaleza a não ter outra cousa que lhe pertencesse que as muralhas arruinadas de que ninguem convinha o aproveitar-se.

90 - Esta obra a não posso eu fazer de pedra e cal que seria de um grandissimo custo, ainda que devo dizer a V. Exª. que é das mais percisas e que merece a maior atenção, porem determino remedial-a por ora com terra e fachinhas e segundo a posse em que os particulares estão de terem ali edificado as suas casas e jardins será sumamente conveniente que venha uma ordem para que sejam logo expulsados todos aqueles, cujo sitio for perciso para desafogo da mesma Fortaleza.

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