91 - Eu já dei principio a isto se ir praticando; porem sendo isto só de minha ordem, não dura mais que o tempo que eu aqui estiver, e depois pode ser que os meus sucessores tendo melhor genio e menos impertinencia, hajam de condescender mais com as rogativas daqueles que ficam agora desacomodados.
92 - Alem desta defeza determino por um e outro lado da Marinha ir fazendo nos passos que poderem ser de mais algum receio, aquela defeza de campanha, que o tempo me permitir; e espero em Deus que se os nossos implacaveis inimigos me derem mais algum tempo que eles hão de achar-se no Rio de Janeiro o que certamente não imaginam.
93 - Já no estado em que presentemente está o porto eu espero que eles não entrem, sem que primeiro paguem bem o seu atrevimento porem se tardarem mais alguma cousa ainda será maior o seu castigo.
94 - Esquecia-me dizer a V. Exª.: Que julgava eu dever ser a primeira defeza a entrada da Barra; que eu tenho disposto fazer nela uma cadeia com duas ordens de embarcações.
95 - A primeira - Segura por uma corrente de ferro e sustentada nos dois lados, pelas duas embarcações que aqui se acham de guerra, N. Sra. da Assumpção e o Galeão, tendo toda esta linha de embarcações a possível artilharia para junto com as Fortalezas da Barra fazerem fogo as embarcações que forem entrando.
96 - A segunda linha das mesmas embarcações ha de ser de outras mais pequenas que estejam com diferentes materias combustiveis para no caso de romperem as embarcações inimigas a cadeia, elas poderem incendiarem-se e misturar-se entre as embarcações inimigas. Deste serviço e de todo outro exterior do porto, tenho encarregado ao Capitão de Mar e Guerra, George Hardcastle, Oficial costumado ao fogo, e que tem muita actividade e obediencia.