Américas consolidou posição nos mercados europeus. Foram estas as exportações de tecidos, pela Inglaterra:
1792 — 2.000.000 £
1800 — 5.416.501 £
Só Portugal absorvia 50.000 libras semanais de tecidos de algodão, importados da Inglaterra, onde o produto das Américas se vendia a preços convidativos em Liverpool, o que durante muito tempo fomentou a tecelagem clandestina no Lancashire, até que, em 1737, se tornou livre a fabricação de qualquer tecido misto de algodão, que, à época, era tão prestigioso quanto a seda artificial. A Inglaterra importou das Américas as seguintes somas de algodão em rama:
1744 — 976.559 £
1751 — 2.976.610 £
1764 — 3.870.892 £
Antes de sair da digressão, necessária para se ver a importância do Gossypium à época em que se colonizava o Brasil, resenhemos os progressos da indústria de tecelagem, processada paralelamente ao desenvolvimento econômico de nosso país:
1788 — John Kay inventa no Lancashire a lançadeira volante;
1740 — O fiador Ricardo Wiatt inventa o sistema de cilindros e bobinas para cardar e fiar o algodão cem vezes mais depressa.
1750 — Home descobre, em Edimburgo, o processo de branquear com água acidulada.
1761 — 1762 — 1764 — 1766 — Patenteiam-se máquinas de fiar: de Webb, de Percy, de Grant, de Garrat e de Perrin.
1764 — Inventa-se o processo de tingir as musselinas. Heargraves inventa a máquina "Jenny", que centuplicava a produção de um fiador.
1774 — Crompton consegue fazer funcionarem muitas "Jennys" simultaneamente.
1785 — Cartwright inventa o tear mecânico.
Tudo isso, todos esses inventos de modestos operários — ao gênio de seus operários deve a Inglaterra a supremacia na indústria de tecidos, bem como quanto à economia — fazia com que a procura de algodão não cessasse de crescer, valorizando-o cada vez mais. Algumas importações correspondentes no ano de 1786:
5.800.000 libras das Índias inglesas.
6.500.000 libras das colônias francesas e espanholas.
1.600.000 das colônias holandesas.
2.000.000 das colônias portuguesas.
5.000.000 de Smirna e da Turquia.