em Coroatá; não sendo raro degenerarem os produtos de sementes de boas árvores, como constatei em Coroatá, e os agricultores práticos dos estados acima mencionados dizem: "planta-se uma coisa e nasce outra", "as sementes de boa qualidade dão árvores ruins". Na opinião desse técnico, o seridó circunscreve-se ao Nordeste, pois é planta de regiões áridas. Discutindo-lhe a origem, registra opiniões segundo as quais o seridó derivaria do Sea Island. De acordo, porém, com Patrick Walsh, é o contrário: o Sea Island deriva do nosso seridó. Ainda o mesmo autor refere que, no Rio Grande do Norte, uma árvore de cinco anos, de algodão mocó, deu 3.065 capulhos, atingindo sua produção, no correr de uma safra, 9.054 gramas. Em Coroatá, outra deu, no primeiro ano de produção, 1.026 capulhos, ou 2.500 gramas. No Rio Grande do Norte, conhecem-se algodoeiros com vinte e cinco safras compensadoras.
O Gossypium herbaceum L. é o herbáceo, ou americano, pertencendo, a essa variedade os algodoais do sul, notadamente de São Paulo, onde F. J. Aubertin introduziu em 1861 a variedade Luisiânia, e Paula Sousa a que tomou seu nome. Da mesma origem seria o governo de Minas Gerais. O algodoi ou algodão macaco do Maranhão, com cuja fibra se faz o pano ferro, seria produto de hibridação natural, e foi classificado como Gossypium maranhense, pelo Professor C. Torrend.
Outros tipos, citados pelo mesmo autor: mustelinum, punctatum, hirsutum, microcarpum, peruvianum, mexicanum, etc. E outras espécies: o G. mustelinum Miers M. S., espécie selvagem, colecionada perto de Caiacó, no Rio Grande do Norte, e encontrado por Gardner, em 1838, no Crato; o riqueza, que Branner diz ser o algodão de semente verde da América do Norte e da do Sul, e Heuzé observa ser originário da Jamaica e das partes da América do Sul; os uplands de fibra curta, produto híbrido do G. Hirsutum e do G. Mexicanum; os uplands de fibra longa, híbridos do G. hirsutum e do G. barbadense; o durango e o colúmbia; o porto-rico, purpurescens, o piúra; o brasiliense, o vitifoleum, o mustelinum, o mocó-selvagem, o marítima. José de Sá Bittencourt, na Memória sobre a plantação dos Algodões, editada em 1798, menciona sete variedades de algodões cultivados no Brasil: Algodão do Maranhão; Algodão de caroço pardo e inteiro; Algodão de caroço verde e inteiro; Algodão vulgar; Algodão da Índia, de pelo branco; e Algodão da Índia, de pelo preto.
Ao Gossypium barbadense, que é do Novo Mundo, pertence o mais famoso de todos os de fibra longa — o Sea Island, cuja origem brasileira é descrita por Patrick Walsh: "Havia eu me estabelecido em Kingston, Jamaica, há alguns anos, quando, tendo encontrado meu amigo Frank Leavet com sua família e todos os seus negros numa situação desesperadora, ele me pediu conselho quanto ao que devia fazer, visto não ter emprego para os escravos. Aconselhei-o a ir para a Geórgia e fixar-se numa das ilhas, cultivando produtos alimentares até que aparecesse coisa melhor. Mandei-lhe