História geral da agricultura brasileira v.2

7ª) Várias medidas, para que o cultivador conheça o preço efetivo do seu produto na bolsa de mercadorias de Alexandria e ninguém o engane neste particular.

8ª) Organização perfeita duma bolsa de mercadorias e classificação rigorosa das várias qualidades, de maneira a não deixar dúvidas ou erros quanto ao valor de cada qualidade.

9ª) Supressão enérgica dos intermediários parasitas, entre o produtor e o comprador efetivo, a fim de que, vendo o preço remunerador, o camponês não esmoreça, nem desanime na cultura do algodão. Isto se consegue pelo chamado sistema "Halakas", que são espécies de bolsas de mercadorias ambulantes, ou, se quiserem, de feiras, sob a fiscalização de delegados do Governo, que informam aos produtores do preço real por que pode o algodão ser vendido.

10ª) Imposição enérgica de fretes reduzidos às estradas de ferro e companhias de transporte, lembrando-lhes sempre, segundo Lorde Kitchener, que as estradas de ferro são para benefício do país e não o país para benefício das estradas de ferro.

11ª) Organização do crédito rural. Deve-se dizer, porém, que esta última parte é deficientíssima no Egito. Com efeito, não há cooperativas no Egito; há, apenas, bancos estrangeiros, e não se sabe que ingenuidade leva ainda alguns países a crer que uma companhia estrangeira qualquer pode ser impelida por outro motivo que não o do seu próprio, único e exclusivo lucro.

12ª) Escolha dum sistema aperfeiçoado de máquinas descaroçadoras, que não estraguem o algodão, nem quebrem as suas fibras no processo da extração dos caroços.

13ª) Uso dum tríplice regime de prensas hidráulicas para o algodão: as primeiras de força moderada, servindo para a prensagem do algodão, desde a fazenda até à usina de descaroçamento; as segundas, mais fortes, destas usinas até ao cais de embarque; e as terceiras, finalmente, ainda mais poderosas, funcionando no cais de embarque e servindo para a expedição do algodão exportado.

De acordo com o método adotado para os demais ramos da produção agrícola, passemos em revista a lavoura algodoeira estado por estado.

Em O Vale do Amazonas, Tavares Bastos fala em possibilidades de produzir-se algodão no município de Santarém, onde as primeiras experiências deram bom resultado, quanto à qualidade. As culturas teriam de desenvolver-se nas montanhas que correm duas léguas ao sul, adiante de Gurupá. Deve ser, porém, excesso de boa vontade. Numa lista de gêneros agrícolas exportados no exercício de 1863/64, o algodão figura com 45 arrobas, valendo 11$000, isto é: está ausente. Para o Estado do Pará, e no mesmo exercício, constam 5.586 arrobas, valendo 107:515$375. Neste último estado, os primeiros povoadores

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