Um jornalista do Império

Autores da façanha, colheram os liberais o prêmio dos seus trabalhos. Coube-lhes o poder. No Gabinete de 24 de julho, Antônio Carlos ocupa a pasta do Império, Martim Francisco, a da Fazenda e Limpo de Abreu, a da Justiça. Isso indicava Governo de vinditas e violências. "Todos sabem que o esquecimento dos agravos que possam ter recebido" - anotava o Brasil - "não é decerto a virtude com que os Srs. Andradas pretendem ganhar o céu..." E acrescentava: "Aceitamos a condição de vencidos, trataremos de conquistar a posição que ocupávamos sustentando a política de ordem, de estabilidade, e de futuro alentaremos nossos correligionários políticos pela imprensa, até que nossa causa triunfe pela força do sistema representativo, pelo voto explícito da Câmara."(49) Nota do Autor O Partido Conservador nunca trilhou senda revolucionária. Sua imprensa, do mesmo modo, pregará a conquista do poder pelos meios legais.

Vasconcelos, no Ministério das 9 horas, atendera a uma convocação. Sagacíssimo, por que, então, teria aceito missão sabidamente malograda? Num tributo à sua estratégia política, Teófilo Ottoni atribui ao gesto do adversário profunda intuição dos acontecimentos: associara-se, à última hora, à queda dos correligionários "para obrigá-los a aceitar a sua direção na hora da vitória que próxima se lhe afigurara".(50) Nota do Autor

Estavam os conservadores na oposição, e com eles o Brasil.

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