"mantimentos. Nelas se dão uvas e fazem vinho, marmelos em grande quantidade e se fazem muitas marmeladas, romãs e outras árvores de fruto da terra de Portugal. Idem, se dão rosas, cravinas, lírios brancos".(7) Nota do Autor
Na verdade, porém, tais possibilidades econômicas não ultrapassavam as limitadas capacidades do pequeno burgo paulistano, no quinhentismo, sendo bastante apenas para uma economia de subsistência, que assegurou, contudo, o estabelecimento dos povoadores brancos.
Apesar do relativo isolamento do planalto e a despeito da alcantilada barreira da Serra do Mar (que, aliás, resguardava de incursões marítimas, no quadrante Sul, a retaguarda do povoado nascente), as comunicações com os núcleos portugueses do litoral foram mantidas, através do áspero caminho que galgava a encosta, seguindo a antiga "trilha dos tupiniquins" e, mais tarde, através do chamado "Caminho do Padre José" ou do Cubatão, mandado abrir pelo Governador Mem de Sá, em 1560.(8) Nota do Autor
O núcleo de origem: o Colégio dos Jesuítas
Nesse quadro geográfico, cuidadosamente explorado pelos Jesuítas a partir de 1550, desde a viagem do Padre Leonardo Nunes, o "Abarebebê" (Padre Voador) dos índios, "inspirador da escolha do local em que se fundou Piratininga",(9) Nota do Autor decidiu o Padre Manuel da Nóbrega erigir o Colégio, por assim achar mais adequado aos seus objetivos.
Razões várias justificavam tal decisão: a localização do Colégio de São Vicente, anteriormente fundado, impunha aos pais dos "curumins" catecúmenos, para irem vê-los, penosa viagem do planalto ao litoral, através da serrania agreste, por onde "dificultosamente podem subir nenhuns animais, e os homens sobem com trabalho e às vezes de gatinhas por não se despenharem", nas expressões do próprio Anchieta;