"Enquanto os colonos da zona do açúcar usufruíam considerável bem-estar e mantinham intenso comércio com o Reino; a capitania paulista criava sua civilização autônoma, podendo-se dizer que este ciclo perdurou por cerca de cento e cinquenta anos".(31) Nota do Autor
Se alguns fatores naturais, como o clima e as possibilidades de produção agrária, favoreceram o estabelecimento dos povoadores europeus, não é menos certo que as bases geográficas apenas propiciavam modesto desenvolvimento econômico. Com efeito, seria a produção local por longo tempo reduzida, quase não ultrapassando os limites de uma precária economia de consumo,(32) Nota do Autor cujas mercadorias exportáveis, de escasso valor, mal bastavam para entreter acanhado comércio com as vilas da marinha.
A base essencial da produção era a terra. Além das árvores frutíferas, inclusive as de espinho, de origem europeia e aclimadas aqui, além das "restingas de mantimentos de raiz", medravam os vinhedos, trigais e algodoais, necessários à alimentação e ao vestuário. Espaço e pastagens naturais não faltavam para a criação de gado, que desde cedo se praticou nos campos de Piratininga. Das atividades agrárias, derivavam as rudimentares indústrias da época: a moagem do trigo para o pão; a manufatura de tecidos; a fabricação de chapéus de feltro, que prosperou até fins do século e desapareceu depois, com a extinção dos rebanhos de lanígeros;(33) Nota do Autor a indústria de "carnes secas e salgadas", que provocou a carestia do sal, "objeto exclusivo de importação";(34) Nota do Autor e, sobretudo, o fabrico da marmelada, cuja importância, como principal artigo de exportação, foi realçada por Taunay.(35) Nota do Autor
A produção mineral, que o Governador Geral D. Francisco de Sousa tanto procurou estimular, resumiu-se na exploração do ouro de lavagem, principalmente nos depósitos do Jaraguá,(36) Nota do Autor e na primeira tentativa de aproveitamento das