definitiva conquista da civilização e quando o valor da produção agrícola paulista justificava, se não impunha a sua construção. Foi então que capitalistas ingleses e brasileiros não titubearam em inverter suas fortunas na construção da primeira estrada de ferro paulista - a antiga "São Paulo Railway" (1867), atual "Estrada de Ferro Santos-Jundiaí", traçada exatamente na região mais hostil para tal empreendimento, isto é, na empinada escarpa da Serra do Mar. Foi este o marco inicial de um amplo movimento ferroviário, cujas principais etapas correspondem à fundação da "Companhia Paulista de Estradas de Ferro" (1868), da "Estrada de Ferro Sorocabana" (1870) e da "Companhia Mogiana de Estradas de Ferro" (1872), todas estradas do café e, hoje, eixos mestres do sistema ferroviário paulista.

Quando a indústria começou a ensaiar seus primeiros passos, já dispunha o Estado de uma rede ferroviária perfeitamente definida e consolidada. Se os transportes constituem uma das condições apontadas entre os fatores de localização ou de desenvolvimento da indústria, daí não se infere constitua condição essencial à sua existência ou para que venha nascer e evoluir. A exemplo da economia agrícola, a economia industrial cria também seus próprios sistemas de circulação da riqueza. Não se veja, portanto, nos fatos apontados, uma condição natural e lógica da marcha evolutiva das indústrias. A indústria paulistana, evidentemente, beneficiou-se com tais circunstâncias, porque, originando-se essencialmente da força do mercado interno e fortalecida pelas crises que abalaram o comércio internacional, não resta a menor dúvida que constituiu uma vantagem inestimável a existência de um aparelhamento ferroviário em perfeito funcionamento.

No entanto, não foi a rede ferroviária a única contribuição do café para o sistema de comunicações e transportes, de que tanto se beneficiou a atividade industrial. A crescente importância do "ouro verde" na balança comercial do Brasil acabou por transformar o porto de Santos no mais importante do país; em consequência, tornou-se imprescindível o saneamento daquela cidade, como também a ampliação e melhoria de suas instalações portuárias, realizadas pela "Companhia Docas de Santos" (1892). Pelo porto do café começaram a chegar as maquinarias e as matérias-primas reclamadas pelo