A cidade de S.Paulo (estudos de geografia urbana) V.03

oficinas incipientes foi que saíram alguns dos maiores "capitães de indústria" do Estado e, em particular, da capital paulista.

Em obra recente, HEITOR FERREIRA LIMA(4) Nota do Autor, após examinar a evolução da indústria paulista, focaliza as suas figuras pioneiras; entre elas não aparece nenhum dos magnatas da cafeicultura, mas tão somente: Antônio Proost Rodovalho, Francisco Matarazzo, os irmãos Jafet, Jorge Street, Roberto Simonsen, Antônio Pereira Ignácio e Morvan Dias de Figueiredo - nomes expressivos por si mesmos.

Em resumo, qualquer que seja o aspecto pelo qual procuremos encarar as relações entre o desenvolvimento da lavoura cafeeira e o surto industrial paulistano, verificaremos sempre que, direta ou indiretamente, repousa este suas raízes naquele notável empreendimento agrícola. Povoando mais da metade do Estado, fazendo surgir cidades onde antes havia mata virgem, criando vias de comunicações e de transporte, elaborando, enfim, os próprios fundamentos da civilização material e espiritual de São Paulo, o café deslocou para o Sul do país toda a estrutura política, social e econômica, fixada de início no Nordeste graças ao açúcar, mais tarde transferida para Minas Gerais graças à mineração; e, com isso, tornou possível a formação do poderoso parque industrial de São Paulo.

A contribuição do imigrante para o surto industrial de São Paulo

O crescimento da onda imigratória, em busca das terras paulistas, nada mais foi do que uma decorrência da cada vez maior expansão da lavoura cafeeira; por isso mesmo a contribuição do imigrante para o desenvolvimento da indústria em São Paulo resulta, em última análise, de uma influência indireta do rei café.

Foi somente depois da libertação dos escravos e da proclamação da República que o rush imigratório para São Paulo passou realmente a ter importância. As estatísticas demonstram o fato com muita evidência:

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