ANOS / IMIGRANTES ENTRADOS

1836-85 - 64.965; 1886-87 - 42.648; 1888 - 92.086; 1890-94 - 219.780; 1895-99 - 415.296.

Por conseguinte, num total de 834.775 imigrantes entrados em 63 anos (1836-99), mais de 64% entraram apenas na última década do século XIX. Coube ao imigrante, particularmente o italiano, substituir a mão de obra escrava, que se tornara cada vez mais cara desde que fora proibido o tráfico negreiro (1850), além de pouco eficiente e incompatível com a própria lavoura cafeeira, nos moldes em que foi estabelecida no Planalto sedimentar.

Entre esses imigrantes (oriundos, em sua maioria, de regiões agrícolas da Europa), existiam muitos artífices - ferreiros, sapateiros, funileiros, etc., além de uns poucos realmente conhecedores da verdadeira indústria. Em 1901, de acordo com as informações de BANDEIRA JÚNIOR(5) Nota do Autor, a indústria artesanal achava-se bastante difundida na cidade de São Paulo e, a seu lado, nada menos de 108 fábricas, em sua maior parte pertencentes a estrangeiros (italianos, alemães, suíços).

A fábrica de tecidos "Anhaia", fundada em 1886, e de que Antônio Proost Rodovalho foi um dos criadores, tinha 310 operários em 1901, dos quais 301 eram estrangeiros, na maioria italianos.

O imigrante não se cingiu, porém, a colaborar no aparecimento e no desenvolvimento de um só tipo de indústria; muito pelo contrário, contribuiu para o estabelecimento de quase todos os tipos de atividades industriais, conforme bem o atesta o quadro da página seguinte, organizado segundo ainda BANDEIRA JÚNIOR(6) Nota do Autor e referente a 1901.

Certas atividades industriais, como as gráficas, de ótica e de construção civil, foram introduzidas graças ao elemento imigrante; e noutras, como a de produtos alimentares, a de mobiliário, a de chapéus e a de tecidos, embora sem ser pioneiros, esses estrangeiros tomaram desde logo uma posição de destaque, que se manteve através dos anos.