A cidade de S.Paulo (estudos de geografia urbana) V.03

brinquedos metálicos, artigos de alumínio, fundições, oficinas mecânicas, frigoríficos, fábricas de artefatos de couros, tijolos, louças, etc.

As indústrias e atividades correlatas criadas por Francisco Matarazzo "rasgaram novas avenidas ao industrialismo brasileiro e entreabriram novas janelas ao edifício outrora acanhado e abafado do nosso incipiente industrialismo" - conforme as palavras de Roberto Simonsen(7) Nota do Autor. Suas fábricas ocupam uma área de dois milhões de m2 e dão trabalho a 28.500 operários, 2.700 funcionários e mil técnicos. O capital aplicado pelos diversos membros da família Matarazzo eleva-se a 2.870 milhões de cruzeiros.

O algodão também contribuiu para o nosso desenvolvimento industrial

A cultura do algodão em terras paulistas apresenta, historicamente, três etapas, a cada uma das quais correspondem uma situação e uma distribuição geográfica características.

A primeira fase corresponde ao período colonial e teve fim em 1785. Nesse período, o algodão nativo (que é o arbóreo) foi ativamente cultivado para atender às necessidades da modesta indústria têxtil, de caráter mais ou menos doméstico, que se praticava nas fazendas e mesmo em algumas das vilas de então. Quando já algumas fábricas de tecidos começavam a esboçar-se, a metrópole portuguesa baixou o Alvará de 5 de janeiro de 1785, segundo o qual "todas as Fábricas, Manufaturas, ou Teares de Galões, de Tecidos, ou de Bordados de Ouro, e Prata; de Veludos, Brilhantes, Cetins, Tafetás, ou de outra qualquer qualidade de Seda; de Belbutes, Chitas, Bombazinas, Fustões, ou de outra qualquer qualidade de Fazendas de Algodão, ou de Linho, branca ou de cores; e de Panos, Baetas, Droguetes, Saetas, ou de outra qualquer qualidade de Tecidos de Lã, ou os ditos Tecidos sejam fabricados de um só dos referidos gêneros, ou misturados, e tecidos uns com os outros" ficavam, daí por diante, "extintas e abolidas em qualquer parte onde se acharem nos Meus Domínios do Brasil, debaixo de pena do perdimento, em tresdobro, do valor de cada uma das ditas Manufaturas, ou Teares, e das Fazendas, que nelas, ou neles houver". Era a indústria de tecidos da Inglaterra interferindo, através da Rainha Dona Maria I, em nossa incipientíssima atividade industrial e, desta maneira, ocasionando o abandono da cultura algodoeira.

A segunda fase iniciou-se com o ato do então Príncipe Regente D. João, ao revogar o Alvará de 1785 e ao abrir os portos brasileiros ao comércio internacional (janeiro de 1808), mas que só adquiriu importância

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