relativamente numerosa, dotada de poder aquisitivo suficiente para estimular suas atividades e levá-lo a preocupar-se em atendê-la, libertando-a o mais possível da importação dos produtos estrangeiros.
Outros fatores correlatos: tarifas, guerras e crises
A abertura dos portos brasileiros ao comércio internacional, em 1808, teve, entre outras muitas consequências, a de carrear, para o nosso país, a produção industrial dos países mais avançados no ponto de vista econômico, a qual passou a dominar francamente o nosso mercado e impossibilitou o aparecimento de qualquer surto industrial. Não poderia ser de outra forma, desde que não dispúnhamos, então, nem de capitais, nem de técnicos, nem de maquinarias, energia motora e mão de obra capazes de enfrentar os poderosos concorrentes estrangeiros.
No decurso de toda a primeira metade do século XIX, a ideia de se proteger o desenvolvimento industrial do Brasil esbarrou com os princípios do regime tarifário resultante do livre-cambismo. Foi somente em 1844, com a reforma Alves Branco, que se iniciou um movimento em prol do protecionismo de nossa indústria, particularmente a de tecidos. Em seguida, ainda sob o Império, outras reformas tarifárias tiveram o mesmo caráter protecionista, embora o livre-cambismo houvesse por algum tempo retomado sua posição (ministério Saraiva).
Foi somente sob o regime republicano que as ideias protecionistas criaram raízes e passaram a orientar as reformas ou as revisões das tarifas alfandegárias, em benefício da indústria. Tal circunstância constituiu um fator ponderável em nossa evolução industrial, bastando lembrar que, após a reforma Joaquim Murtinho, novas indústrias vieram a surgir e muitas progrediram auspiciosamente (como as têxteis e de produtos alimentares), a ponto de nos libertar dos mercados produtores estrangeiros.
Também os conflitos internacionais contribuíram para o crescimento e o fortalecimento do parque industrial paulistano.