O aumento dos impostos territoriais veio onerar sobremaneira as grandes propriedades, de que resultaram numerosos loteamentos e, em consequência, a proliferação de uma grande quantidade de "vilas" suburbanas, quase todas tipicamente residenciais e habitadas por operários ou modestos funcionários públicos, cujas atividades são exercidas na capital. Ao mesmo tempo, um número elevado de pequenas chácaras dedicadas à horticultura ou à avicultura passou a existir na área suburbana.
O fenômeno pode ser bem constatado se compararmos os seguintes dados, referentes às propriedades agrícolas, em 1905 e em 1934(3): Nota do Autor
[Ver tabela no original]
Em virtude do crescimento da população da cidade de São Paulo, tornou-se cada vez mais difícil o problema do alojamento barato e mais penosa a existência das classes menos abastadas. Em consequência, teve lugar um verdadeiro rush para a área suburbana, ainda mais porque ali se multiplicavam os loteamentos atrás mencionados. Por outro lado, os novos arruamentos e a necessidade de aproveitar o mais possível o espaço urbano ocasionaram o deslocamento de numerosas chácaras, de flores ou de legumes, até então localizadas em plena cidade.
Tais fatos começaram a registrar-se a partir de 1920, principalmente, quando muitos chacareiros portugueses, em grande maioria, transferiram suas atividades para a área suburbana, deixando suas chácaras localizadas na Água Branca, em Vila Pompeia, na Lapa, no Tatuapé, na Penha, no Itaim-Bibi, em Santana, na Casa Verde, etc.
Hoje, raras são as chácaras que ainda persistem dentro da área urbana, quase sempre situadas em fundos de vales, até onde a urbanização ainda não chegou.