Uns e outros, porém, foram atingidos pelo surto de progresso que sacudiu a cidade de São Paulo, principalmente a partir de 1930, quando começaram a delinear-se os primeiros subúrbios tipicamente industriais (como Osasco e São Miguel Paulista, São Caetano do Sul e Santo André) ou, mesmo, um pouco antes, como se verificou em relação sobretudo com os subúrbios que marginam a linha-tronco da "Central do Brasil".
Sua população é constituída por um número elevado de trabalhadores agrícolas, de operários, de funcionários públicos de modesta categoria ou de comerciários, em sua maioria brasileiros, mas apresentando um número apreciável de estrangeiros ou seus descendentes de primeira geração, originários da Itália, especialmente na massa operária, e de Portugal, Espanha e Japão, sobretudo nas áreas agrícolas.
Tomando por base o censo realizado em 1950, acreditamos poder afirmar que a área suburbana de São Paulo deve abranger um número não inferior a 650 mil habitantes. Desse total, cerca de 270 mil correspondem aos subúrbios mais estreitamente ligados à capital, isto é, Osasco, Santo Amaro, São Caetano do Sul, Santo André, São Miguel Paulista e Guarulhos. Dos 380 mil habitantes restantes, cerca de 65 mil viviam em aglomerados urbanos, o que nos leva a concluir que nada menos de 315 mil habitavam a área rural propriamente dita, isto é, pouco menos de 50%.
Em relação ao município de São Paulo, o censo de 1950 registrou as seguintes cifras:
HABITANTES
Zona suburbana - 416.145
Zona rural - 145.954
O que bem caracteriza essa população é sua extrema mobilidade, pois, cada dia, um número elevado de habitantes se desloca em direção à cidade de São Paulo ou para outros subúrbios, a fim de exercer suas atividades, regressando ao anoitecer. Todavia, nas áreas agrícolas, o mesmo fenômeno não se registra ou, pelo menos, se verifica, isto não acontece