resposta à crescente necessidade de expansão do comércio, exigida pela Revolução Industrial.
Vivendo em estreito contato com os líderes da City, refletindo em seus hábitos, em sua formação espiritual e em sua trajetória política o devotamento, que trouxera do berço, aos altos padrões de conforto humano que eram uma característica da sociedade inglesa, daquele tempo, Pitt não poderia deixar de ser acessível aos apelos dos círculos industriais do seu país no sentido de que alguma cousa de urgente deveria ser feita para salvar a economia britânica, asfixiada pela longa duração da guerra.
A Europa, sob o controle de Bonaparte, tornara-se um mercado proibido para os exportadores ingleses. O contrabando que era realizado, em larga escala, através dos países neutros, apesar dos lucros fabulosos que proporcionava, não constituía um regime estável de comércio sobre que pudesse se apoiar a economia nacional, sujeita aos abalos frequentes, impostos pela evolução do conflito. A solução seria a conquista de novas praças, o desbravamento de setores mercantis até então desconhecidos, o desvio precipitado da Europa, através do Atlântico, rumo à América Latina. A causa em jogo, portanto, já não era apenas de prestígio, de rivalidade entre duas nações que disputavam a supremacia política da Europa. Mais do que isso, tratava-se principalmente da sobrevivência econômica da Grã-Bretanha.
Essa foi a herança, espiritual e política, que Pitt deixou às gerações que o sucederam. Herança onerosa, porque exigia sacrifícios, espírito de iniciativa, reservas de pioneirismo e, acima de tudo, determinação para a luta. Seus fundamentos poderiam ser traçados naquele distante dia 4 de maio de 1493, quando o Papa Alexandre VI distribuiu, entre a Espanha e Portugal, um título de posse exclusiva de toda a América Latina. A divisão