irritara as potências excluídas do direito a uma participação na exploração daquela parte do globo e, como fator de compensação, imposto pela ambição dos povos empreendedores, surgiram em cena os aventureiros internacionais, animados do mais incontido anseio de fazer descobertas nas Américas ou, na impossibilidade disso, de penetrar e violar o Eldorado desconhecido.
Pitt, premido pelas alternativas de ganhar a guerra contra Napoleão e de exaurir, em consequência do esforço, o já depauperado Tesouro britânico, recolheu da história do colonialismo os ensinamentos dos lucros que o risco poderia proporcionar, adaptou-os ao sentimento da realidade europeia do século XIX e os transmitiu, intactos, sob a forma de um ideal de ação política e diplomática, aos que ficaram no cenário da vida pública inglesa fiéis à sua memória.
Por ocasião da sua demissão da Chefia do Gabinete, em 1801, dois fatores contribuíram para o seu afastamento voluntário da cena política, após 17 anos e três meses ininterruptos de atividade como Primeiro Ministro. Um desses fatores foi público e está consignado na história como tendo sido o motivo aparente da queda do Gabinete: a crise resultante da questão da emancipação dos católicos. O segundo, contudo, é de natureza interpretativa. Julgam alguns historiadores que a renúncia de Pitt constituiu a sua extrema e mais dramática tentativa de obter a paz com a França, que julgava necessária e inadiável.
Com razão ou não, Pitt havia se convencido de que a sua presença à frente do Gabinete vinha constituindo o maior empecilho à cessação das hostilidades entre as duas nações. A longa duração da sua administração, estendendo-se e cobrindo o período dos maiores atritos que ocorreram entre a França e a Inglaterra, acabou por