patrioticamente mais altiva que, forjicada por um biógrafo, repetiu Pereira da Costa, no Dicionário biográfico de pernambucanos célebres:
"O dr. Bernardo Teixeira de Carvalho, presidente da alçada de 1817, primo de Manuel de Carvalho, muitas vezes insinuou a sua mãe que solicitasse o perdão de seus filhos; mas ela respondia-lhe sempre com altivez espartana: que seus filhos não tinham de que pedir perdão, porque não era crime pugnar-se pela liberdade da pátria.(17) Nota do Autor"
É o seguinte o texto de mais este documento epistolográfico do Arquivo Histórico do Itamaraty, alterada a ortografia, mas respeitada sua redação:
"Há dias que escrevi a Hipólito consultando-o sobre a minha segurança aqui e remetendo-lhe uma pequena informação sobre a revolução de Pernambuco, ao que ele me não quis honrar com sua resposta, e pois não me admiro que ele não vos tenha respondido, porém o que me admiro é vós teres gasto vosso papel em escrever a quem, de propósito, vos não quer responder. A pobreza a que estou reduzido em consequência do confisco de minhas propriedades me obrigam (sic) a conservar em silêncio algumas coisas que sei e porque minha família trata lá para o meu livramento eu o não tenho já feito, e certamente, se eu estivesse já desenganado de não conseguir perdão - eu o teria feito. Tende a bondade dar ao nosso respeitável amigo Fortes, seu filho, P. da C. Gouvêa e J. P. Branco(18) Nota do Autor, nossas mais sinceras recomendações, e crede que com cordialidade e serei eternamente vosso
Amigo do Coração
M. de Carvalho.
P. S. - As recomendações dadas são por meu irmão e Estevão(19) Nota do Autor juntamente."
III - O "CABUGÁ" E A INDEPENDÊNCIA
Em capítulo anterior, acompanhamos, através de documentos inéditos do Arquivo Histórico do Itamaraty, a participação do mulato Antônio Gonçalves da Cruz, o Cabugá, na revolução pernambucana de 1817. Veremos, agora, de acordo com a mesma valiosa fonte, a adesão do antigo republicano à Independência do Brasil sob o regime monárquico,