serem pagos em pau-brasil e direitos n'Alfândega(22) Nota do Autor; queira avisar-me sobre isto, na primeira ocasião.
Se lhe for possível, mande-me dois carros, para carretar canas para o engenho; fazem-me grande falta; sacando letras a favor de quem quiser(23) Nota do Autor.
Todos os nossos amigos mandam-lhe recomendações e abraços e que desejam vê-lo nesta. Adeus, meu caro amigo, aqui fico para que disponha de quem possa ser
seu todo do coração
Francisco Pais Barreto."
O "Cabugá" e Francisco Antônio Zea
Dez dias antes de ser nomeado primeiro cônsul-geral do Império do Brasil nos Estados Unidos da América, a 5 de janeiro de 1823 escreveu Gonçalves da Cruz uma expressiva carta, relativa à Independência de nosso país, a Francisco Antônio Zea, criador do Correo del Orinoco, notável primeiro representante da Colômbia em Londres, um dos precursores da independência de seu país, que o Cabugá não sabia ter falecido pouco antes.
Nela comentou a nossa separação de Portugal, aludindo à "concórdia, respeitabilidade e solidez" prometidas por nossa nova monarquia constitucional. Mencionou a boa disposição do imperador e de seus hábeis ministros, tornando o país "satisfeito e feliz". Quanto ao "maquiavelismo português", esperava este que a Independência do Brasil se fizesse com a República, não com a Monarquia. Terminou mencionando a necessidade do estabelecimento de relações do Império com a primeira Colômbia bolivariana. A propósito, conforme extrato de uma carta de Caracas, de 22 de novembro de 1822, sabendo-se que Portugal havia manifestado interesse em encetar relações com aquele país, conforme instruções do ministro Silvestre Pinheiro Ferreira a Constâncio, seu agente em Washington, dizia que com maior razão deveriam ser elas estabelecidas com o Brasil.