Ao saber da morte de Zea, resolveu o Cabugá enviar a segunda via dessa carta a outro grande jornalista também em Londres, o nosso patrício Hipólito José da Costa, natural da Colônia do Sacramento, na capital inglesa até pouco antes redator da notável revista Correio Brasiliense ou Armazém Literário, fundada em 1808. Fê-lo em carta datada de 4 de março de 1823, autorizando-o a entregá-la ao sucessor de Zea como diplomata colombiano na Inglaterra, José P. Puvenga, se assim o julgasse conveniente.
O "Cabugá" e o chefe da Confederação do Equador
Relatou o embaixador Hildebrando Accioly, em O reconhecimento do Brasil pelos Estados Unidos da América, de acordo com cartas guardadas no Arquivo Histórico do Itamaraty, as desinteligências ocorridas entre o cônsul-geral Antônio Gonçalves da Cruz e o primeiro encarregado de negócios do Brasil em Washington, José Silvestre Rebêlo. Daí resultou não ter sido o Cabugá efetivado naquelas funções, inclusive por não ter recebido a respectiva carta patente, necessária para obtenção do exequatur do governo norte-americano.
A esse tempo, em 1824, era precária a situação de sua fortuna, outrora próspera. É o que demonstra uma carta de seu procurador, Joaquim Pereira Branco, datada de Pernambuco, 10 de julho desse ano, dirigida ao então arbitrário "presidente da província" não nomeado pelo imperador e, por esse motivo, desde o dia 2 do mesmo mês chefe da revolucionária Confederação do Equador - Manuel de Carvalho Pais de Andrade, antigo companheiro de Cruz na revolução de 1817.
Na referida carta, declarou seu signatário ter vindo de Filadélfia autorizado pelo Cabugá para receber os bens que lhe foram sequestrados por motivo dos acontecimentos daquele ano, ou o seu produto, com o qual edificaria "um estabelecimento" que de alguma forma garantisse àquele um meio de subsistência que lhe permitisse voltar à sua terra.
Em consequência requereu, em janeiro de 1823, o levantamento da quantia de 2:914$645, "últimas relíquias do valor dessa casa de campo e de uma rica mobília". Verificou-se, porém, que Cruz havia antes recebido do governo pernambucano, para despesas extraordinárias, a quantia de 12:000$000,